Mylena Gadelha compôs o Júri da Crítica do 21º Noia - Festival do Audiovisual Universitário com Antonio Lima Junior e Messias Adriano.
O 21º NOIA - Festival de Cinema Universitário trouxe vários produtos cinematográficos importantes no quesito de denúncias sociais. A juventude universitária, principal alvo do festival, discutiu em cena temas que vão desde o machismo à falta de oportunidades em cidades como Fortaleza, por exemplo.
O curta Cabocolino foi o premiado pelo júri da crítica da Aceccine, enquanto falou sobre as tradições dos povos indígenas em todo o Ceará. A trilha sonora, inclusive, da banda de pífanos de Surubim, é um dos pontos altos do material e não houve dúvida sobre a importância de premiá-lo. A jornada de Seu João traz traduz de forma muito intensa parte da fé que forma o sertão e o Nordeste, relembrando abertamente das tradições indígenas a Padre Cícero. Mas outros destaques também foram vistos. Cabiluda, por exemplo, trouxe uma lenda antiga em meio a discussões mais atuais, por exemplo. Outro ponto alto de todos os concorrentes.
Os curtas cearenses, inclusive, estão presentes na Mostra Nacional com toda a força que precisam. Quinze Primaveras foi, para mim, o destaque ao misturar elementos reais com a ficção, trabalhando detalhes da fotografia e das fitas de vídeo. Já As Velas do Monte Castelo aborda, de forma simples, mas bonita, o contemplativo com uma riqueza poética que nos faz sonhar com o cinema e nos encantarmos com o mesmo.
Talvez, o mais importante seja destacar curtas a diversidade do cinema brasileiro, com suas diferentes nuances em todo o cenário do país, seja por meio da imaginação ou na presença das denúncias sociais, por exemplo. A qualidade técnica de todos os eles, é claro, reforçam a capacidade dos profissionais em todo o Brasil e ressalta, também a importância do investimento em todos os que se propõem a contribuir com o cenário cinematográfico atual.
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